O açúcar na formação do Brasil: economia, política, sociedade e cultura.

Entre 30 de agosto e 10 de setembro, estarão abertas as inscrições para graduandos(as), pós-graduandos(as) e pós-doutorandos (as) da FFLCH-USP apresentarem suas pesquisas relacionadas ao continente africano ou aos estudos afro-brasileiros no III Seminário África na FFLCH.
O formulário de inscrições estará disponível no site do CEA : cea.fflch.usp.br.
O seminário tem por objetivo promover a troca de experiências entre alunos(as) dos diferentes níveis (iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado) que apresentarão pesquisas em andamento ou recém concluídas, além de mapear as pesquisas desenvolvidas na FFLCH e divulgá-las para estudiosos da área de fora da Faculdade, estimulando diálogos interinstitucionais.
O evento acontecerá de forma remota nos dias 25, 26 e 27 de outubro com transmissão ao vivo pelo canal da FFLCH-USP no YouTube. Serão emitidos certificados para os(as) apresentadores.
Anita Novinsky viveu quase um século, quase 99 anos, nos dando sempre um exemplo, em muitos sentidos. Poucas pessoas que eu tenha conhecido ou conheça tinham tanta energia e amor pela vida, ela, que teve sua família (ou boa parte dela) exterminada pelo nazismo, no Holocausto na Polônia, onde ela nasceu em 1922. E talvez por isso mesmo. E talvez por isso mesmo vivesse tanto, ativa até o fim (me lembro dela andando nos nossos corredores ainda em finais de 2019, pouco antes da pandemia).
Sua condição de docente exemplar e historiadora pioneira, já apropriadamente evocadas aqui, eram uma derivação, uma consequência, disso. Me lembro das inesquecíveis reuniões, para jantar (e como!) e discutir temas no seu apartamento da rua Escócia. Uma vez discutimos Israel-Palestina, um grupo bem grande, saiu faísca pra tudo que é lado, ela adorou. Me lembro do apoio enorme que ela menos deu em eventos de cuja organização eu participei, a começar por aquele do bicentenário da Revolução Francesa (no qual ela falou da perseguição aos "afrancesados" no Brasil Colônia, comentada por Laura de Mello e Souza, depois publicamos tudo).
Apesar de especializada em temas bem conhecidos, ela tinha uma visão bem ampla. E democrática. Não era comunista, mas me levou pra falar do movimento operário comunista judeu na UFRJ. Organizou um evento sobre marranos, no centro de São Paulo, com o grande escritor argentino Marcos Aguinis ("A Saga do Marrano"). Não gostava dos ambientes com homogeneidade de opiniões, e era generosa com opiniões divergentes ou contrárias à sua. Sua contribuição foi enorme, pelo seu conhecimento, trabalho e, sobretudo, pela sua atitude.
Em 27 de março de 2015, recebeu o Título de Professora Emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Prof. Dr. Osvaldo Coggiola, Professor Titular do DH/FFLCH/USP